Solos da Amazônia
Os solos amazônicos, são afetados por fatores formativos, onde o relevo, geologia, clima e o material de origem são elementos isolados, muitos dos quais são fracamente férteis (VALE JUNIOR et., 2011). As unidades pedogenéticas mais típicas encontradas na região amazônica podem ser resumidamente agrupadas da seguinte forma: latossolos, argissolos, plintossolos, gleissolos, neossolos, espodossolos, cambissolos, nitossolos (IBGE, 2018).
Solos do Amazonas
O estado do Amazonas é constituído principalmente por duas unidades geomorfológicas: terra firme e aluvial. Terra firme, nome regional, é um relevo que varia de suavemente ondulado a ondulado em planícies e áreas cortadas. Aluvial, são áreas onde podem ocorrer inundações ocasionais devido a rios lamacentos. (MAIA & MARMOS, 2010). Entre as classes de solos dominantes no estado do Amazonas, os solos argissolos representam 43,8% da área do estado, os Latossolos representam 26,6% da área estadual, os Gleissoloss 9,5%, os Espodossolos 7,2%, os Plintossolos 3,6%, os Neossolos 3,5 %, os Luvissolos 1,6%, e os Cambissolos 1,37% (IBGE, 2018).
Luvissolo Crômico Pálico típico
A - DESCRIÇAO GERAL
CLASSIFICAÇÃO – SiBCS: LUVISSOLO CRÔMICO Pálico típico, A antrópico, eutrófico, textura argilosa, relevo suave ondulado, floresta tropical subperenifólia – TCp.
WRB: Leptic, Pretic Luvisol (Clayic, Cutanic Humic).
LOCALIZAÇÃO, MUNICÍPIO, ESTADO E COORDENADAS - Lado esquerdo da Vicinal Douradão, Km 48 (final da estrada), entrando a direita cerca de 500 metros em área de pastagem por meio de um carreador, em seguida percorrer 800 metros de carreador em área de mata nativa, chegando na roça, seguir até a área de cultivo de cacau. Distante 48 Km da sede de Apuí-Amazonas. 07º 12’ 03,8’’ S e 59º 39’ 35,1” W.
SITUAÇÃO, DECLIVIDADE E COBERTURA VEGETAL SOBRE O PERFIL - Descrito e coletado no terço médio da encosta suave, com declividade de 2,5 a 5,0%, cultivo de cacau.
ALTITUDE – 113 metros.
LITOLOGIA – Riolito e/ou riodacito.
FORMAÇÃO GEOLÓGICA – Grupo Colider.
PERÍODO – Paleoproterozóico / Estateriano.
MATERIAL ORIGINÁRIO - Produto da alteração do material supracitado.
PEDREGOSIDADE - Não pedregosa.
ROCHOSIDADE - Não rochosa.
RELEVO LOCAL – Suave ondulado.
RELEVO REGIONAL - Suave ondulado.
EROSÃO - Não aparente.
DRENAGEM – Moderadamente drenado.
VEGETAÇÃO PRIMÁRIA - Floresta Tropical Subperenefólia.
USO ATUAL - Cultivo de cacau, utilizando andiroba como espécie para sombreamento.
CLIMA – Am, da classificação de Köppen.
DESCRITO E COLETADO - Mateus Rosas Ribeiro, Luís Antônio Coutrim dos Santos, Valdomiro Severino de Souza Júnior, Elaine Almeida Derlamelinda e Pedro Raimundo de Araújo.
B - DESCRIÇAO MORFOLÓGICA
- Aup 0–16 cm, preto (10YR 2/1, úmida) e bruno-acinzentado muito escuro (10YR 3/2, seca); franco-argilossiltosa; moderada e forte muito pequena e pequena granular e blocos subangulares; ligeiramente dura, friável, ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; transição clara e plana.
- Au 16–45 cm, bruno muito escuro (10YR 2/2, úmida) e bruno-acinzentado muito escuro (10YR 3/2, seca); argilossiltosa; moderada e forte muito pequena e pequena granular; dura, friável, plástica e pegajosa; transição gradual e plana.
- BA 45–62 cm, bruno-escuro (10YR 3/3, úmida); bruno (10YR 4/3, seca); argila; moderada muito pequena e pequena blocos subangulares; muito dura, firme, muito plástica e muito pegajosa; transição gradual e ondular (18 – 10 cm).
- Bt 62–105 cm, bruno (10YR 4/3, úmida); muito argilosa; fraca média blocos angulares; cerosidade moderada e abudante; extremamente dura, muito firme, muito plástica e muito pegajosa; transição gradual e plana.
- BC 105–135 cm, bruno-amarelado (10YR 5/6, úmida); muito argilosa; maciça coesa, extremamente dura, muito firme, muito plástica e muito pegajosa; transição abrupta e ondular (29 – 40 cm).
- Cc 135–180 cm+, coloração variegada, composta de bruno-amarelado (10YR 5/6, úmida) e com concreções vermelho (2,5 YR 4/8); muito argilosa muito cascalhenta.
- RAÍZES – Muitas nos horizontes Aup e Au; comuns no BA; poucas no Bt; raras no BC; ausente no Cc.
- OBSERVAÇÃO – Horizonte Cc é concrecionário, apenas coletado, não caracterizado morfolicamente.
- Relação textural: (BA + Bt)/(Aup + Au) = 1,48
Atividade da fração Argila Valor T (cmoc kg-1) x 1000/argila (g kg-1):
Alta nos horizontes Aup, Au, BA e Bt e Baixa nos horizontes BC e Cc.
C – ANÁLISES FÍSICAS E QUÍMICAS
Neossolo Flúvico Ta Eutrófico gleissólico
Neossolo Flúvico Ta Eutrófico gleissólico
Gleissolo Háplico Ta Eutrófico Neofluvissólico
Gleissolo Háplico Ta Eutrófico Vertissólico
Gleissolo Háplico Ta Distrófico Neofluvissólico
Gleissolo Háplico Ta Eutófico Solólico Vertissolo
Solos de Roraima
O Estado de Roraima representa o conjunto geomorfológico mais diversificado da Amazônia, com superfícies rasas cobertas por sedimentos recentes que ascendem gradual ou repentinamente aos mais mais altos relevos do Brasil (Melo, 2003). Os principais tipos de solos encontrados no estado são: latossolos, argissolos, neossolos, espodossolos, gleissolos, plintossolos, planossolos e nitossolos (IBGE, 2018).
Lista de solos do estado
Perfil – RR01 (RCC RR)
CLASSIFICAÇÃO – ARGISSOLO AMARELO Distrófico antrópico plintossólico, textura média/argissola, epieutrófico, caulinítico, hipoférrico, fase floresta equatorial perififólia, relevo plano.
LOCALIZAÇÃO – A 4,3 km da rodoviária BR-174, na vicinal 6 (sitio do Sr. Macapá) e a 3,3 km de Rorainópolis (posto Petrobrás) em direção a Boa Vista (lado esquerdo). Coordenadas; 00º 58’33,1” N e 60º 26’ 57,3” WGr (datum WGS 84).
SITUAÇÃO, DECLIVE E COBERTURA VEGETAL SOBRE O PERFIL – Perfil descrito e coletado em trincheira situada no berço inferior da vertente, com 1 a 3% de declive. Perfil descrito sob pomar.
ALTITUDE – 89 metros
LITOLOGIA, UNIDADE LITOESTRATIGRÁFICA E CRONOLOGIA – Granito, Suíte Intrusiva Igarapé Azul, Pré-Cambriano (Paleoproterozoico) (IBGE, 2005).
MATERIAL ORIGINÁRIO – Produto de alteração da litologia supracitada, com grande influência antrópica nos horizontes superficiais.
PEDREGOSIDADE – Não pedregosa
ROCHOSIDADE – Não rochosa
RELEVO LOCAL – Plano
RELEVO REGIONAL – Suave ondulado
SUPERFICIE GEOMÓRFICA –
POSIÇÃO DE PAISAGEM –
EROSÃO – Não aparente
DRENAGEM – Moderadamente drenado
VEGETAÇÃO PRIMÁRIA – Floresta equatorial perenifólia (floresta ombrófila aberta –IBGE)
USO ATUAL – Pomar. A área é eventualmente Cultivada com hortaliças e culturas anuais.
DESCRITO E COLETADO POR – Virlei Álvaro de Oliveira, Mauricio Rizzato Coelho, Carlos Ernesto Gonçalves Reynaud Schaefer, José Frutuoso de Vale Júnior, Miltom César Costa Campos, Guilherme Resende Corrêa, José Francisco Lumbreras e Valdinar Ferreira Melo.
DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA
- Aup 0 – 14 cm, preto (10YR 2,5/1), franco-argiloaeronosa; fraca a moderada média granular; macia, friável, ligeiramente plástica e não pegajosa a ligeiramente pegajosa; transição plana e clara.
- Au1 14 – 41 cm, preto (10YR 2/1), francoarenosa; moderada a forte média granular; macia, friável, ligeiramente plástica e não pegajosa; transição plana e clara.
- Au2 41 – 63 (54-72) cm, cinzento muito escuro (10YR 3/1); franco-argiloarenosa; fraca a moderada, pequena e média, granular e blocos angulares; ligeiramente dura, friável, ligeiramente plástica a plástica e ligeiramente pegajosa a pegajosa; transição ondulada e abrupta. (13 – 31 cm).
- BA1 63 – 72 (67-77) cm, coloração variegada, composta de cinzento-escuro (10YR 4/1) e bruno amarelado (10YR 5/6); franco-argiloarenosa; moderada, média, blocos angulares e subangulares; cerosidade fraca e pouca a comum; dura, friável a firme, plástica e pegajosa; transição ondulada e gradual (5 – 23cm).
- BA2 72 – 94 cm, amarelo-brunado (10YR 6/6) mosqueado comum, médio e distinto, bruno-acinzentado (10YR 5/20, e difuso, bruno-amarelado-claro (10YR 6/4); argiloarenosa; moderada a forte, média e grande, blocos angulares e subangulares; cerosidade fraca e pouca a comum; dura, firme,
- Bt1 94 - 110 cm, amarelo-brunado (10YR 6/6), mosqueado comum, médio e distinto, brunoacinzentado muito escuro (10YR 3/2); argiloarenosa; moderada a forte, média e grande, blocos angulares e subangulares; cerosidade fraca e pouca a comum; dura, firme, plástica e pegajosa; transição plana e difusa.
- Bt2 110 - 140 cm, amarelo-brunado (1YR 6/6), mosqueado pouco a comum, médio e distinto, bruno-acinzentado muito escuro (10YR 3/2); argiloarenosa; moderada a forte, média e grande, blocos angulares e subangulares; cerosidade fraca e pouca a comum; dura, firme, plástica e pegajosa; transição plana e gradual.
- Btf 140 – 180 cm+, bruno muito claro-acinzentado (2,5YR 7/4), mosqueado comum, pequeno e médio, proeminente vermelho (2,5YR 5/8), e comum, pequeno e médio distinto, amarelo-avermelhado (7,5YR 6/8); argiloarenosa; moderada, pequena e média, blocos angulares e subangulares; dura, firme, plástica e pegajosa.
RAÍZES – Comuns muito finas, finas e médias no Aup; comuns muito finas e finas no Au1; poucas muito finas e finas nos demais horizontes.
POROS – muitos, muito pequenos e pequenos no Aup; muitos, muito pequenos, comuns pequenos e poucos médios no Au1 e Au2; muitos, muito pequenos e pequenos nas partes escuras(mosqueados) e comuns, muitos, muito pequenos e pequenos na matriz do horizonte BA1; muitos, muito pequenos, comuns médios e grandes nas partes escuras(mosqueados) e comuns, muito pequenos, pequenos e médios na matriz do horizonte BA2; comuns, muito pequenos e médios no Bt1 e Bt2; comuns, muito pequenos e pequenos e poucos médios no Btf.
OBSERVAÇÕES – perfil descrito úmido; solo anterior e popularmente classificado com “Terra Preta de Índio”. Perfil examinado e coletado em trincheira aberta até 180 cm de profundidade. Fragmentos de artefatos cerâmicos em quantidade comum, presente nos horizontes superficiais Aup, Au1 e Au2. Presença de carvão e bolsões de material orgânico em todos os horizontes até 110 cm. Penetração de filmes (películas) de material orgânico nas interfaces estruturais, sobretudo nas superfícies verticais e inclinadas dos horizontes BA1 e BA2. Mosqueados dos horizontes BA1, BA2, Bt1 e Bt2 localizados predominantemente em antigos canais de raízes(verticalizados), preenchidos com material orgânico e com dimensões aproximadas entre 1 e 2,5cm de diâmetro, revelando expressiva atividade biológica.
Resultados analíticos
* Calhau: >20 mm. Cascalho: 20-2 mm. Terra fina: <2 mm. Areia grossa: 2-0,2 mm. Areia fina: 0,2-0,05 mm. Silte: 0,05-0,002 mm. Argila: <0,002 mm. Relação textural: 2,07
Tabela 1. Conteúdos de carbono total, Fe e Al extraídos por ditionito-citrato-bicarbonato de sódio (Ald e Fed) e oxalato ácido de amônio (Alo e Feo) na TFSA do perfil RR01.
Mineralogia
Figura: Difratogramas de raios X da fração argila do horizonte Bt1. Montagem orientada. Radiação Kα do cobre. Minerais identificados: VHE-vermiculita com hidróxi-Al entrecamadas, Mi-mica, Ct-caulinita, Gb-gibbsita, Gt-goethita, At-anatásio e Q-quartzo.
Figura: Difratograma de raios X do concentrado de óxidos, obtido da fração argila do horizonte Bt1. Montagem orientada. Radiação Kα do cobre. Minerais identificados: Gt-goethita, Mi-mica, At-anatásio e Q-quartzo.
Referências
Batista, K. D., Lumbreras, J. F., Coelho, M. R., de OLIVEIRA, V. A., & do VALE JÚNIOR, J. F. (2018). Guia de campo da XI Reunião Brasileira de Classificação e Correlação de Solos: RCC de Roraima.
Perfil - RR13 (RCC RR)
CLASSIFICAÇÃO – ESPODOSSOLO HUMILÚVICO Hidromórfico espessarênico, A moderado, textura arenosa/média/arenosa, fase campinarana equatorial arbustiva e campestre, relevo plano.
LOCALIZAÇÃO – Entrar à esquerda no Km 336 da BR-174, a 32,7 km de Caracaraí no sentido de Rorainópolis, seguir 12,3 km na Vicinal 1. Município de Caracaraí, Roraima. Coordenadas: 01º 39’ 44,6” N e 60º 55’ 29,7” WGr (datum WGS 84).
SITUAÇÃO, DECLIVE E COBERTURA VEGETAL SOBRE O PERFIL – Perfil em trincheira, em local plano, com 1 a 2% de declive. Perfil descrito sob vegetação de campinarana.
ALTITUDE – 73 metros.
LITOLOGIA, UNIDADE LITOESTRATIGRÁFICA E CRONOLOGIA – Sedimentos aluviais de textura arenosa, Quaternário (IBGE, 2005).
MATERIAL ORIGINÁRIO – Sedimentos arenosos.
PEDREGOSIDADE – Não pedregosa.
ROCHOSIDADE – Não rochosa.
RELEVO LOCAL – Plano.
RELEVO REGIONAL – Plano.
EROSÃO – Não aparente.
DRENAGEM – Imperfeitamente drenado.
VEGETAÇÃO PRIMÁRIA – Campinarana equatorial arbustiva e campestre (campinarana gramíneo-lenhosa, IBGE).
USO ATUAL – Sem uso agrícola no local.
DESCRITO E COLETADO POR – Virlei Álvaro de Oliveira, José Francisco Lumbreras, José Frutuoso do Vale Júnior e Valdinar Ferreira Melo.
DESCRIÇÃO MORFOLOGICA
A1 0 – 17cm; cinzento muito escuro (10YR 3/1); areia; grãos simples e fraca pequena granular; solta, solta, não plástica e não pegajosa; transição plana e gradual.
A2 17 – 37 cm; cinzento (10YR 5,5/1); areia; grãos simples; solta, solta, não plástica e não pegajosa; transição plana e gradual.
AE 37 – 57 (53-64) cm; bruno-claro-acinzentado (10YR 6/3); areia; grãos simples; solta, solta, não plástica e não pegajosa; transição ondulada e clara. (16 – 27 cm).
Eg 57 – 110 cm; branco (5Y 8/1); areia franca; grãos simples; solta, solta, não plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta (46 - 57 cm).
Bh 110 – 112,5 cm; preto (10YR 2/1); areia franca; maciça; dura, friável, não plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta.
Bhx1 112,5 – 117,5 cm; cinzento-avermelhado-escuro (5YR 4/2); francoarenosa; maciça que se desfaz em fraca pequena blocos subangulares e angulares; muito dura, firme a muito firme, não plástica a ligeiramente plástica e não pegajosa a ligeiramente pegajosa; transição plana e clara.
Bhx2 117,5 – 160 cm+; bruno-avermelhado-escuro (5YR 3/3), mosqueado comum, médio e grande, proeminente, preto (7,5YR 2,5/1); areia franca; maciça que se desfaz em fraca pequena blocos subangulares e angulares (na matriz do horizonte) e granular e blocos subangulares (nas partes escurecidas); muito dura, firme a muito firme (na matriz do horizonte) e ligeiramente dura e friável (nas partes escurecidas), não plástica a ligeiramente plástica e não pegajosa a ligeiramente pegajosa.
RAÍZES - Muitas muito finas e finas no horizonte A1; comuns no horizonte A2; poucas a comuns no horizonte AE e ausentes nos demais horizontes. - Presença de raízes vivas (poucas e finas) e vestígios de raízes mortas nos horizontes Bh, Bhx1 e Bhx2.
POROS - Muitos muito pequenos, comuns pequenos e poucos médios no horizonte A1; muitos muito pequenos e comuns pequenos no horizonte A2; poucos pequenos no horizonte AE; muitos muito pequenos no horizonte Eg; comuns muito pequenos no Bh; comuns muito pequenos e pequenos e raros médios nos horizontes Bhx1 e Bhx2.
OBSERVAÇÕES: Perfil descrito em trincheira aberta até 160 cm. A partir dessa profundidade houve infiltração de água lateralmente, nas paredes da trincheira, inviabilizando seu aprofundamento. O lençol freático atingiu 120 cm da superfície durante a abertura da trincheira.
Segundo informações locais, a área não fica totalmente submersa em nenhum período do ano, mas o lençol freático permanece entre 30 e 40 cm da superfície no período chuvoso (cerca de 3 meses) e chega a 3 m de profundidade no máximo da seca (fevereiro/março). No horizonte Bhx2, os mosqueados são materiais orgânicos, localizados em canais e câmaras (cupins e antigas raízes). Presença nas proximidades de cupinzeiros escuros, de cor similar à dos mosqueados do horizonte Bhx2. Os horizontes Bhx1 e Bhx2 são de consistência muito dura quando secos. No entanto, não cabe o subscrito m, pois a cimentação é reversível, tornando-se mais branda quando umedecida. No entanto, houve dúvidas a respeito da presença ou não de ortstein nesses horizontes. Considerável atividade biológica nos horizontes Bh e Bhx2, expressa pela grande quantidade de canais.
Resultados analíticos
Calhau: >20 mm. Cascalho: 20-2 mm. Terra fina: <2 mm. Areia grossa: 2-0,2 mm. Areia fina: 0,2-0,05 mm. Silte: 0,05-0,002 mm. Argila: <0,002 mm. Relação textural: Não se aplica.
Tabela 3. Conteúdos de Fe e Al extraídos por ditionito-citrato-bicarbonato de sódio (Fed e Ald) e oxalato de amônio (Feo e Alo) na TFSA do perfil RR13.
*Teor do elemento abaixo do limite de detecção da técnica utilizada.
Mineralogia
Figura: Difratogramas de raios X da fração argila do horizonte Bhx2. Montagem orientada. Radiação Kα do cobre. Minerais identificados: VHE-vermiculita com hidróxi-Al entrecamadas, Ct-caulinita, Gb-gibbsita, Q-quartzo e At-anatásio.
Figura: Perfil RR13 (acima) e sua localização na imagem de satélite do Google (abaixo) (Caracaraí, RR). Foto: Sergio Hideiti Shimizu.
Referências
Batista, K. D., Lumbreras, J. F., Coelho, M. R., de OLIVEIRA, V. A., & do VALE JÚNIOR, J. F. (2018). Guia de campo da XI Reunião Brasileira de Classificação e Correlação de Solos: RCC de Roraima.
Perfil – RR07 (RCC RR)
CLASSIFICAÇÃO – PLANOSSOLO NATRICO Órtico vertissólico, textura média, A fraco, Ta, fase campo cerrado equatorial, relevo plano.
LOCALIZAÇÃO – A 30 km de Pacaraima, seguindo pela rodovia BR-174 no sentido de Boa Vista, dobrar a esquerda na rodovia RR-202 e percorrer cerca de 28 km até a Vila Sumuru, após o rio homônimo percorrer cerca de 3,7 km. Município de Pacaraima, Roraima. Coordenadas;04º 11’ 39,4” N e 60º 45’ 30,8” WGr (datum WGS 84).
SITUAÇÃO, DECLIVE E COBERTURA VEGETAL SOBRE O PERFIL – Trincheira em área de terraço de contribuinte do Rio Sumuru, em local plano com 1-2% de declive. Perfil descrito sob vegetação de Campo Cerrado equatorial.
ALTITUDE – 130 m
LITOLOGIA, UNIDADE LITOESTRATIGRÁFICA E CRONOLOGIA – Rochas ácidas e intermediárias, Grupo Sumuru, Pré-Cambriano (Paleoproterozoico), recobertos por sedimentos arenoargilosos do Quaternário.
MATERIAL ORIGINÁRIO – Produto de alteração de parte das litologias supracitadas.
PEDREGOSIDADE – Não pedregosa
ROCHOSIDADE – ligeiramente rochosa
RELEVO LOCAL – Plano
RELEVO REGIONAL – Plano
SUPERFICIE GEOMÓRFICA –
POSIÇÃO DE PAISAGEM –
EROSÃO – ligeira a moderada
DRENAGEM – Mal drenado
VEGETAÇÃO PRIMÁRIA – Campo cerrado equatorial intermediário para caatinga hipoxerófila (Savana Parque intermediaria para Savana-Estépica Parque – IBGE).
USO ATUAL – Sem uso agrícola no momento
CLIMA –
DECLIVIDADE –
DESCRITO E COLETADO POR – Virlei Álvaro de Oliveira, Mauricio Rizzato Coelho, Carlos Ernesto Gonçalves Reynaud Schaefer, José Frutuoso de Vale Júnior, Miltom César Costa Campos, Guilherme Resende Corrêa.
DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA
An 0 - 8 cm; cinzento (10YR 5/1, úmido) e cinzento-brunado-claro (10YR 6/2, seco); francossiltosa; fraca pequena blocos angulares e subangulares com aspecto maciço; ligeiramente dura, muito friável, não plástica e não pegajosa; transição plana e gradual.
En 8 – 15 cm (11 – 20 cm); cinzento (10YR 6/1, seco); francossiltosa; fraca pequena blocos subangulares e angulares com aspecto maciço; ligeiramente dura, muito friável, não plástica e não pegajosa; transição ondulada e abrupta (3-12 cm).
EBn 15 – 19 cm (16 – 23); cinzento-brunado-claro (10YR 6/2), mosqueado pouco a comum, médio e distinto, bruno-forte (7,5YR 5/2), francossiltosa; fraca pequena e média blocos subangulares e angulares com aspectos de maciço; ligeiramente dura, muito friável, ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; transição ondulada e clara a abrupta.
Btn 19 – 41 cm (38-44 cm); bruno (7,5YR 5/2), mosqueado pouco a comum, médio e distinto, bruno-forte (7,5YR 5/8, e proeminente, cinzento escuro (7,5YR 4/1), e difuso, cinzento rosado (7,5 YR 7/2); francossiltosa; moderada a forte média a grande blocos angulares; dura, firme, plástica e pegajosa; transição ondulada e clara (19 – 25 cm).
Btgn 41 - 63 cm; coloração variegada, composta de cinzento-rosado (7,5YR 6/2), cinzentoescuro (7,5YR 4/1) e bruno (7,5YR 5/2); franca; fraca a moderada pequena e média prismática e secundariamente moderada média blocos angulares; muito dura, muito firme, muito plástica e muito pegajosa; transição plana e clara.
Btgnv1 63 - 83 cm; coloração variegada, composta de cinzento-escuro (10YR 4/1), brunoacinzentado (10YR 5/2), cinzento-brunado-claro (10YR 6/2) e bruno-forte (7,5 YR 5/8); francoargilosa; forte média prismática e secundariamente forte média blocos angulares; pouco a comuns slickensides; muito dura, muito firme, muito plástica e muito pegajosa; transição plana e gradual.
Btgnv2 83 - 104 cm; coloração variegada, composta de cinzento-escuro (10YR 4/1), brunoacinzentado (10YR 5/2), bruno-acinzentado-escuro (10YR 4/2) e bruno-forte (7,5YR 5/6); franco-argilossiltosa; forte média prismática e secundariamente forte média blocos angulares; poucos a comuns slickensides; muito dura, muito firme, muito plástica e muito pegajosa; transição plana e abrupta.
2Cgn 104 – 120 cm+; cinzento-brunado-claro (10YR 6/2, úmido) e cinzento-claro (10YR 7/2, seco), mosqueado pouco, pequeno e distinto, amarelo-brunado (10YR 6/8); francossiltosa; ligeiramente dura, friável, ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa.
RAÍZES – Comuns finas no horizonte An; poucas no En e raras nos demais horizontes.
OBSERVAÇÕES – Mosqueados escuros a partir do horizonte Btgn. Presença de linha de seixos no topo do horizonte 2Cgn (quartzo arredondado com diâmetro de 1 a 3 cm).
Resultados analíticos
*Calhau: >20 mm. Cascalho: 20-2 mm. Terra fina: <2 mm. Areia grossa: 2-0,2 mm. Areia fina: 0,2-0,05 mm. Silte: 0,05-0,002 mm. Argila: <0,002 mm.
** Teste negativo. Relação textural: 3,64
Mineralogia
Figura: Difratograma de raios X da fração argila do horizonte Btgnv1. Montagem orientada. Radiação Kα do cobre. Minerais identificados: E-esmectita, Cl-clorita, Mi-mica, Ct-caulinita e F-feldspato.
Figura: Difratograma de raios X da fração silte do horizonte Btgnv1. Montagem orientada. Radiação Kα do cobre. Minerais identificados: Mi-mica, Q-quartzo e F-feldspato.
Figura: Perfil RR07 (acima) e sua localização na imagem de satélite do Google (abaixo) (Pacaraima, RR).
Foto: Sergio Hideiti Shimiz
Referências
Batista, K. D., Lumbreras, J. F., Coelho, M. R., de OLIVEIRA, V. A., & do VALE JÚNIOR, J. F. (2018). Guia de campo da XI Reunião Brasileira de Classificação e Correlação de Solos: RCC de Roraima.
Perfil – RR16 (RCC RR)
CLASSIFICAÇÃO – GLEISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico típico, textura muito argilosa, A moderado, álico, epialumínico, fase campo equatorial higrófilo de várzea, relevo plano.
LOCALIZAÇÃO – Fazenda Paraíso, a 13 km da sede, na margem do Rio Tacutu e a 1 km do rio. Fazenda situada a 105 km da ponte do Rio Branco (Boa Vista), sendo 79 km na BR401 em direção à Guiana Inglesa e 26 km à esquerda desta, em estrada não pavimentada. Município de Bonfim, Roraima. Coordenadas: 03º 15’ 28,8” N e 60º 23’ 53,2” WGr (datum WGS 84).
SITUAÇÃO, DECLIVE E COBERTURA VEGETAL SOBRE O PERFIL – Trincheira em planície de inundação do Rio Tacutu, em local plano com 1 a 2% de declive. Área utilizada com a lavoura de arroz.
ALTITUDE – 67 metros.
LITOLOGIA, UNIDADE LITOESTRATIGRÁFICA E CRONOLOGIA – Sedimentos aluvionares argilosos, Quaternário (Holoceno).
MATERIAL ORIGINÁRIO – Sedimento aluvionares. PEDREGOSIDADE – Não pedregosa.
ROCHOSIDADE – Não rochosa.
RELEVO LOCAL – Plano.
RELEVO REGIONAL – Plano.
EROSÃO – Não aparente.
DRENAGEM – Mal drenado.
VEGETAÇÃO PRIMÁRIA – Campo equatorial higrófilo de várzea (campo higrófilo de várzea, IBGE).
USO ATUAL – Cultivo de arroz.
DESCRITO E COLETADO POR – José Francisco Lumbreras e Virlei Álvaro de Oliveira.
DESCRIÇÃO MORFOLOGICA
Ap 0 - 11cm; bruno-acinzentado-escuro a bruno-acinzentado (10YR 4,5/2), mosqueado pouco, pequeno e distinto, amarelo-brunado (10YR 6/6); argila; moderada pequena e média blocos subangulares; muito dura, firme, muito plástica e muito pegajosa; transição plana e clara.
ACg 11 - 30 cm; bruno-acinzentado (7,5YR 5/2), mosqueado comum, pequeno e distinto, amarelo-avermelhado (7,5YR 6/8), e pouco, pequeno e proeminente, vermelho (2,5 YR 4/6); muito argilosa; maciça que se desfaz em moderada média e grande blocos angulares; poucas superfícies de compressão; muito dura, firme a muito firme; muito plástica e muito pegajosa; transição plana e abrupta.
2Cg 30 - 48cm; cinzento (10YR 6/1), mosqueado abundante, pequeno e proeminente, amarelo-avermelhado (7,5YR 6/8), cinzento (2,5Y 6/1) e vermelho (10R 4/6); muito argilosa; fraca média prismática e, secundariamente, moderada pequena e média blocos angulares; muito dura, firme a muito firme, plástica a muito plástica e pegajosa a muito pegajosa; transição plana e abrupta.
3Abg 48 - 63 cm; cinzento (2,5Y 6/1), mosqueado abundante, médio e proeminente, vermelho (2,5YR 4/6); argila; moderada a forte pequena e média blocos angulares; muito dura, muito firme, muito plástica e muito pegajosa; transição plana e abrupta.
3Cg1 63 - 82 cm; cinzento (2,5Y 5,5/1), mosqueado pouco, pequeno e proeminente, vermelho-amarelado (5YR 5/8), e abundante, pequeno e proeminente, amarelo-brunado (10YR 6/8); muito argilosa; maciça que se desfaz em moderada pequena e média blocos angulares; muito dura, muito firme a extremamente firme, muito plástica e muito pegajosa; transição plana e abrupta.
3Cg2 82 - 103 cm; cinzento a cinzento-brunado-claro (10YR 6/1,5), mosqueado abundante, grande e proeminente, amarelo-avermelhado (7,5YR 6/8); muito argilosa; forte pequena blocos angulares e fraca pequena prismática; poucas superfícies de compressão e muito pouco slickensides; muito dura, muito firme, muito plástica e muito pegajosa; transição plana e clara a gradual.
3Cg3 103 - 150 cm; cinzento-claro (10YR 7/1,5), mosqueado abundante, grande e proeminente, amarelo-avermelhado (7,5YR 6/8); muito argilosa; moderada a forte pequena e média blocos angulares e fraca pequena prismática; poucas superfícies de compressão e muito poucos slickensides; muito dura, muito firme, muito plástica e muito pegajosa; transição plana e gradual.
4Cg4 150 - 210 cm+; cinzento-claro (2,5Y 7/2), mosqueado abundante, médio e proeminente, amarelo-brunado (10YR 6/8), e pouco a comum, médio e difuso, cinzento (10Y 6/1); muito argilosa; moderada média prismática e moderada a forte pequena e média blocos angulares; poucas superfícies de compressão; muito dura, firme, muito plástica e muito pegajosa.
RAÍZES – Comuns muito finas no horizonte Ap; poucas muito finas no horizonte ACg; raras no 2Cg; poucas médias e grossas (mortas) nos horizontes 2Cg, 3Abg e 3Cg1; poucas muito finas e finas nos horizontes 3Cg2, 3Cg3 e 4Cg4.
POROS - Comuns muito pequenos e poucos pequenos no horizonte Ap; comuns muito pequenos nos horizontes ACg e 2Cg; comuns muito pequenos e poucos pequenos e médios no horizonte 3Abg; comuns muito pequenos e poucos pequenos no horizonte 3Cg1; comuns a poucos muito pequenos e poucos pequenos no horizonte 3Cg2; comuns a poucos muito pequenos nos horizontes 3Cg3 e 4Cg4.
OBSERVAÇÕES: Solo representativo das áreas dos arrozais de Roraima, muitas das quais anteriormente localizadas na Terra Indígena Raposa Serra do Sol. Estrutura e superfícies de compressão dos dois primeiros horizontes (Ap e ACg) bastante influenciados pelo trabalho de máquinas. Horizonte ACg compactado por máquinas até 22 cm. No horizonte 2Abg, os mosqueados se localizam ao longo de antigos canais de raízes. Recobrimento das estruturas prismáticas por películas escurecidas nos horizontes 3Cg2, 3Cg3 e 4Cg4. Ocorrência de raízes mortas nos horizontes 2Cg, 3Abg e 3Cg1, evidenciando a presença da antiga vegetação natural. O desmatamento desta área foi realizado em 2002.
Resultados analíticos
Calhau: >20 mm. Cascalho: 20-2 mm. Terra fina: <2 mm. Areia grossa: 2-0,2 mm. Areia fina: 0,2-0,05 mm. Silte: 0,05-0,002 mm. Argila: <0,002 mm. Relação textural: Não se aplica.
Mineralogia
Figura 42. Difratograma de raios X da fração argila do horizonte 3Cg3. Montagem orientada. Radiação Kα do cobre. Minerais identificados: E-esmectita, VHE-vermiculita com hidróxi-Al entrecamadas, Mi-mica e Ct-caulinita.
Figura: Perfil RR16 (acima) e sua localização na imagem de satélite do (abaixo) (Bonfim, RR).
Foto: José Francisco Lumbreras.
Referências
Batista, K. D., Lumbreras, J. F., Coelho, M. R., de OLIVEIRA, V. A., & do VALE JÚNIOR, J. F. (2018). Guia de campo da XI Reunião Brasileira de Classificação e Correlação de Solos: RCC de Roraima.
Solos do Pará
A formação geológica do estado do Pará é caracterizada por grande diversidade litológica. A fertilidade natural do solo é geralmente baixa, no estado do Pará não existem estudos de solo mais detalhados (Gama, 2020). Geralmente as principais classes de solos do estado são: argissolos, latossolos, neossolos, gleissolos, plintossolos, e alguns locais isolados de nitossolos eutróficos, cambissolos e espodossolos (IBGE, 2018).